Escrita de transgressão e denúncia da linguagem em marguerite duras
13 a 17 de julho de 2008 USP – São Paulo, Brasil
ESCRITA DE TRANSGRESSÃO E DENÚNCIA DA LINGUAGEM EM MARGUERITE DURAS
Mestrando Pablo Lemos Berned (UFSM)1
Resumo:
A negação dos modelos de representação tradicionais funcionaria, na escrita de Marguerite Duras, como escrita de transgressão, em que se subvertem interditos de tais modelos em nome de uma sinceridade desmistificadora em relação à arte mimética. No percurso entre três textos de Duras que dialogam com a linguagem cinematográfica, Le camion (1977), Le Navire Night (1979) e La maladie de la mort (1983), reconhece-se uma escrita de denúncia, em que a própria linguagem se propõe a tirar máscaras e desvelar seus mecanismos: a auto-representação apresentar-se-ia como possibilidade de saída ao exterior da linguagem para denúncia da falsidade que a linguagem carrega consigo. Em não querer ser conivente com a dissimulação que a ilusão referencial detém, a escrita de Duras propicia o questionamento sobre as transgressões, localizando-as nos limites, ou, pelo contrário, justamente na essência da arte. Palavras-chave: auto-representação, transgressão, escrita, cinema.
A escrita de Marguerite Duras parece contestar o modelo de representação de mundo que a arte burguesa veicula, calcada, segundo Pierre Zima (2001) no racionalismo, no positivismo, no causalismo e no pensamento sistemático fundado sobre uma subjetividade cartesiana ou hegeliana. A negação dos modelos de representação tradicionais funcionaria, na escrita de Marguerite Duras, como escrita de transgressão, em que se subvertem interditos de tais modelos em nome de uma sinceridade desmistificadora em relação à arte mimética. No percurso entre três textos de Duras que dialogam com a linguagem cinematográfica, Le camion (1977), Le Navire Night (1979) e La maladie de la mort (1983), reconhece-se uma escrita de denúncia, em que a própria linguagem se propõe a tirar máscaras e