Literatura feminina no quebec
Raimunda BEDASEE
UFBA – Professora Associada
UEFS – Professora Titular/Pleno
O Québec é conhecido como a província do Canadá que se destaca pela produção de uma rica literatura de autoria feminina. Nos anos 70 e 80, a profusão de idéias revolucionárias que dizem respeito à condição feminina serviam de pano de fundo para a criação de uma ficção com características próprias. Intimamente imbricadas, Sociologia e Literatura funcionaram como espaços privilegiados de discussão não só da teoria como também da prática de medidas que visavam a transformar a qualidade de vida das mulheres. Não se alcança um objetivo tão ambicioso de um dia para o outro ou de um ano para o outro. A história das idéias que se desenvolveu no Canadá é o fundamento para uma conscientização clara, definida e segura que acompanha a mulher quebequense. Ora, campo de conhecimento moderno, a Sociologia pouco tem a ver historicamente com a evolução dessas idéias que permitiram resultado tão animador. Na verdade, fundamenta-se esta evolução nos escritos das próprias mulheres por vezes tímidos, por vezes até não-feministas, mas apoiados numa autonomia até então desconhecida. Essa força demonstrada pela escritora quebequense desenvolve-se em razão de um outro aspecto que caracteriza o povo canadense: o seu patriotismo, a sua consciência de defesa de sua história e de sua cultura. Os primeiros escritos femininos já demonstravam essa preocupação e estão na origem de um comportamento de enfrentamento histórico.
Desde então já se pode falar em literatura e revolução, haja vista que o texto é um dos instrumentos senão o instrumento mais eficaz para a difusão de idéias e argumentos que provocam a reflexão, que convencem um grupo, uma categoria ou uma nação. E nesse sentido, fazer literatura é fazer revolução.
No correr da história a imagem da mulher quebequense vai se transformando através de sua