Multiculturalidade.reflexão crítica
REFLEXÃO CRÍTICA
Sílvia F.
A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida. Jonh Dewey
Pretendemos nesta pequena reflexão expor o nosso entendimento e recente experiência sobre o trabalho com alunos de países e culturas diferentes, integrados nas nossas turmas. A globalização do mundo, o desmoronar, em vários sentidos, de fronteiras com a consequente mobilidade, tem vindo a expor-nos perante problemas socioculturais que, conscientemente, não podemos ignorar. Uma análise mais aprofundada destes, por menor que seja a nossa sensibilidade, enuncia-nos rapidamente a sua complexidade e a dificuldade em compreender situações só aparentemente simples e fáceis de interpretar. Uma mesma situação tem agora, bem perto de nós, significados díspares porque os actores intervenientes vêm de contextos sociais, históricos e culturais diferentes. A tradicional escola monocultural está em transformação. A multiculturalidade é uma característica cada vez mais presente. Malcolm Skilbeck[1]considerava, em 1997, a educação como “a base da consciência intercultural e o melhor caminho para a promoção do desenvolvimento cultural e da educação.” Termos como multiculturalidade e interculturalidade têm progressivamente entrado no quotidiano de trabalho dos docentes, exigindo que estes se adeqúem a uma nova complexidade humana nas escolas. Tem-se tornado evidente, pela análise do melhor e pior das nossas escolas, que uma comum tentativa de homogeneizar identidades culturais e sociais não promove o reconhecimento do valor de nenhuma das culturas em proximidade. A tentativa forçada e/ou fracassada de identificação com valores culturais diferentes pode confluir em algum tipo de discriminação, conflito, insucesso escolar ou abandono escolar. Parece-nos então que a escola deve prosseguir na tentativa de não homogeneizar práticas. A actividade nuclear da escola – concretização