MONANGAMBA

Este documento é um poema de António Jacinto. Foi publicado em 1975. Vemos logo que não é um poema clássico porque não tem uma forma regular e há pouca rimas.
A personagem principal é Monangamba. O título corresponde a um emprego que o poema trata de todos os monangambas.
Um monangamba é um trabalhador que faz trabalhos pesados.
O narrador não é o autor, é um monangamba (“o meu”), fala do seu trabalho num cafezal, é um trabalho muito difícil (“suor do meu rosto”, “gotas do meu sangue”, “toeturado”).
Sabemos que o poema passa-se em Angola porque “Monangamba” é um palavra do dialecto Kimbudu que se fala em Angola. Há também a palavra “angolares” que é a moeda angolana.

O poema começa pela evocação da seca africana.
Verso 1-2: metáfora : é graças ao trabalho do monangamba que as plantações crescem.
O suor do trabalhador substitui á agua => como há falta da agua tem que haver mais trabalho.

Verso 3-4-5: vermelho-cerreja é a cor do grão de café que ainda não foi colhido.
“gotas do meu sangue”: metáfora: cor de café=sangue do trabalhador. “feitas” do sentido de “transformadas em”.
Comparação entre o sangue do monangamba e a seiva do cadeeiro.
O sangue e a seva são símbolos da vida. ⇨ O trabalhador trabalha tanto a sangrar. ⇨ Isto pode nos fazer pensar nos chicotadas que levamos escravos oara trabalhar. ⇨
Verso 6-7-8: enumeração do trabalho do café. O contratador é o monangamba = só vemos agora que é preto. Comparação entre o grão de café e a cor da pele do trabalhador.
A palavra “toturado” faz-nos pensar mais uma vez nos maus tratos da escrevidão.
O café leva muitas transformações antes de ser moído. ⇨ Enumeração de p.passados para evocar o trabalho repetitivo e mecánicodo café=comparação com o trabalho do monangamba=trabalho difícil e repetitivo do monangamba =fica “moído” como o café quer dizer cansado. ⇨
Verso 9: verso isoladoe repetido para insistir sobre a cor da pele do monangamba: é preto, então não é