Discours historique dans viva o povo brasileiro
4129 mots
17 pages
Inicialmente, deve-se esclarecer que o presente texto, que servirá para a avaliação da disciplina Estudo de Teorias e Representações da Literatura e da Cultura, ministrada pela professora Adriana Telles, da Universidade Federal da Bahia, caracteriza-se como ensaio apenas pelo seu formato. Segundo Antônio Joaquim Severino, o ensaio exige grande informação cultural e grande maturidade intelectual, logo, o conteúdo deste trabalho não apresenta a profundidade requisitada para a elaboração de um ensaio, uma vez que as autoras deste trabalho apenas iniciam o curso de graduação e ainda não possuem, portanto, background nem posicionamento crítico formado. Sendo assim, o conteúdo deste texto objetivará apontar e relacionar as discussões e as diversas bibliografias que tratam das relações entre o discurso historiográfico e o discurso literário na obra Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro, sob a perspectiva de formação da identidade nacional, baseando-se especialmente no ensaio O imaginário brasileiro, de Eneida Leal Cunha.
A apropriação do discurso literário pelo discurso historiográfico se dá muitas vezes pela periodização dos fatos literários. Desta historicização da literatura, derivaram-se a divisão da produção literária em estilos de época, conforme a didática do ensino de literatura nas escolas, e a legitimação do lugar do autor como ponto de observação do texto literário, ou seja, a biografia do autor tida como determinante para a análise do texto literário e como elo entre literatura e mundo exterior.
A história da literatura peca, portanto, pela “abstinência estética”, como afirma Hans Robert Jauss, em A História da Literatura como provocação à Teoria Literária. A filosofia idealista da história, para a qual a razão se estabelece progressiva e cronologicamente, buscava encontrar na série literária a idéia fundamental que a atravessa e a conecta ao mundo. Tal concepção saltou do princípio da história universal da humanidade para a idéia de