Porquê - aprender a perguntar

697 mots 3 pages
Porquê?
Aprender a perguntar
Manuel Pinto

Leio, por estes dias, a notícia da publicação, na Grã-Bretanha, de um livro original: as 101 coisas a não fazer antes de morrer. Leu bem, caro leitor: coisas a não fazer. Destinos turísticos que as agências de viagens nos vendem como paraísos e que se tornam num pesadelo quando os buscamos como paraísos, corrompidos pelo consumismo e comercialismo extremos. Para o autor do livro, é preferível não ir lá. É apenas um exemplo.
Ao ler a notícia lembrei-me de uma outra leitura, esta feita no Correio da Manhã do dia em que escrevo, em que o matutino se diverte a contar peripécias de um senhor que foi ao “momento da verdade” (televisiva) e que depois confessou, entre o ufano e o corriqueiro, que já lhe aconteceu bater na mulher. Ou da filha deste ‘popular’ que confessava também, à margem do programa, que precisamente no dia da performance televisiva do pai, tinha obtido a carta de condução, mas à terceira tentativa e …mediante pagamento de três notas de cinquenta euros.
Talvez por não haver assuntos mais importantes - afinal, que relevância haveriam de ter os ‘sismos’ que, por estes dias, abalam o capitalismo, com epicentro em lugares e marcas emblemáticas dos Estados Unidos ou da Grã-Bretanha? Talvez por o Correio da Manhã estar bem alfabetizado nas artes de inebriar o povo – afinal, à vida das gentes que vivem do seu trabalho ou que sobrevivem da falta dele já bem basta o fardo dos dias cinzentos e sem horizonte. Talvez, enfim, por o jornal conhecer demasiado bem o ‘seu’ povo, é que se entretém com as aparas da vida alheia… talvez por tudo isto o compromisso do Correio da Manhã com a verdade da máquina da verdade ocupe tanto destaque.
Lendo – e, mais ainda agora, recordando o que li - eu perguntava-me se não fará falta, a par do guia do que há para ver na televisão e noutros media, um guia sobre aquilo que não vale a pena. Por exemplo: “os 101 programas que não vale a pena ver”. E um guia regularmente renovado, pelo

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