Roberta sa
No aguardadíssimo Que Belo Estranho Dia pra se Ter Alegria, a cantora carioca interpreta autores contemporâneos e sambas raros com bom humor
Lauro Lisboa Garcia
Roberta Sá faz coro a uma certa parcela mais sensata dos adultos brasileiros, que sente na pele como está difícil ser feliz (sem culpa) hoje em dia. É muita informação inútil pelo computador, pelo celular, pela tevê; é muito barulho por nada; muita falta de segurança; muita reclamação pra pouca atitude, um recém-adquirido medo de avião, uma falta de educação geral. “Ninguém dá mais bom dia”, observa a cantora. Nem por isso ela deixa de ter bom humor. Esta é a essência de seu segundo e ótimo álbum, Que Belo Estranho Dia pra Ter Alegria (Universal), que terá shows de lançamento no Tom Jazz, sexta e sábado da semana que vem. O CD é uma resposta elegante e sensata a isso tudo que a aflige no cotidiano e mais um pouco, com música da melhor safra - com melodias, letras e arranjos que soam como bálsamo, e, principalmente, a voz cristalina que a tudo emoldura.
Desde a revelação com A Vizinha do Lado (Dorival Caymmi), que fez sucesso como trilha de personagem de novela e puxou o primeiro álbum, Braseiro (2004), tem crescido o interesse em torno da musicalidade e da notável voz de Roberta. Nesse meio tempo ela gravou um outro álbum (que não foi comercializado) recriando clássicos da música brasileira, por encomenda de uma empresa, ao lado de Rodrigo Campello, produtor do trabalho atual. De lá, ela pinçou Samba de um Minuto (Rodrigo Maranhão), que aparece como faixa bônus do novo CD, seguida de Girando na Renda (Pedro Luís, Sérgio Paes e Flávio Guimarães), que teve boa repercussão no Festival da Cultura de 2005. Como são músicas que viraram hits nos shows, ela diz que o correto seria colocá-las não como bônus, mas com a indicação: “atendendo a pedidos”. Até porque são tão boas como as 11 primeiras.
Samba de Um Minuto poderia ter entrado no primeiro CD, mas apesar