Maria firmina dos reis: uma mulher negra maranhense na luta contra a escravidão
Rosenverck Estrela Santos
Licenciado em História e Mestre em Educação pela
Universidade Federal do Maranhão verck@ibest.com.br Claudimar Alves Durans
Graduada em Letras pela
Universidade Federal do Maranhão – UFMA. claudimardurans@yahoo.com.br
RESUMO
Este artigo apresenta uma análise da produção literária de Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista negra do Brasil. Propõe reflexões sobre a importância da Literatura afro-brasileira; bem como o papel desempenhado por esta Literatura, especificamente a de Maria Firmina dos Reis, na luta contra a escravidão. Sendo assim, analisa as representações do negro no romance “Úrsula” e de como estas representações diferiam qualitativamente das imagens até então predominantes sobre a população negra no Brasil.
Palavras-chave: Literatura afro-brasileira. Escravidão. Resistência.
1 Introdução
O processo de tomada de consciência de ser negro (a) deu uma nova roupagem à literatura, fazendo surgir uma categoria que até então era classificada nos compêndios literários como “literaturas desconexas e marginais”, é a literatura negra (BERND, 1987). No Brasil, onde se percebe uma grande parcela da população de origem afro-descendente, essa discussão ficou inicialmente ao nível da existência ou não dessa literatura. Porém, negar a existência de uma literatura negra seria contraditório uma vez que a contribuição do negro à cultura brasileira é decisiva. Então, porque razão ela não existiria no plano literário? A respeito disso, Roger Bastide afirma que seria “um erro grave acreditar que não existe uma poesia afro-brasileira com seus traços próprios, seus sinais distintos e suas descobertas líricas” (apud BERND, 1987, p. 14). Podemos caracterizar, desse modo, como literatura negra a produção intelectual dos descendentes ou não de antigos escravos africanos em que houver um enunciador que se