Memorial

668 mots 3 pages
Manuel Lopes, ficcionista, poeta e ensaísta, um dos fundadores da moderna Literatura Caboverdiana e que, com
Baltazar Lopes e Jorge Barbosa foi responsável pela criação da revista Claridade, em 1936, dando então início, conjuntamente com esses companheiros, ao que viria a revelar-se o movimento intelectual caboverdiano mais marcante e influente até hoje naquela região.
Podemos observar na produção literária de Manuel Lopes uma forte influência por parte notadamente dos neo-realistas portugueses e dos autores “regionalistas” brasileiros. Sendo uma das principais construções ficcionais de Manuel Lopes o livro Os Flagelados do
Vento Leste, publicado inicialmente em 1959. Essa obra é dividida em duas partes : a primeira traz à tona o projeto tipicamente neo-realista em que os personagens José da Cruz, Mochinho, Zepa, José
Felícia, Nhô Manuelinho, e a viúva Aninhas são personagens “tipo”, ou seja, não representam características específicas de individualidade, mas as circunstâncias, são personagens estereotipados, representando a pobreza, a persistência, denunciando o grave problema social trazido pelas secas, pelas lutas de classe

O início do livro, que tem por título Chuva, será bastante significativo para que possamos entender alguns elementos crucias da narrativa:
Agosto chegou ao f im. Setembro entrou feio, seco de águas ; o Sol peneirando chispas num céu cor -de-cinza; a luminosidade tão intensa que transpassava as montanhas, descoloria -as, fundia-as na atmosfera espessa e vibrante. Os homens espiavam, de cabeça erguida, interrogavam-se em silêncio. Com ansiedade, jogavam os seus pensamentos, como pedras das fundas, para o alto. Nem um fiapo de nuvem pairava nos espaços. Não se enxergava um único sinal, desses indícios que os velhos sabem ver apontando o dedo indicador, o braço estendido para o céu, e se revelam aos homens como palavras escritas. (Lopes, 1979. p.12)
A partir da análise do trecho acima, bem como em outras diversas

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