Femme fragile

3614 mots 15 pages
Resumo Este estudo tem por objetivo analisar alguns aspectos do romance “Esaú e Jacó” de Machado de Assis sob uma perspectiva de intersecção entre literatura machadiana e psicanálise de Freud. Muito embora não haja evidência de que Freud e Machado de Assis tenham lido um ao outro, fica evidente, no entanto, que tiveram acesso a fontes teóricas no mínimo semelhantes, em virtude das correspondências temáticas e ideológicas de seus estudos da alma humana. Através do viés psicanalítico pretendo demonstrar que tanto Natividade quanto Flora possuíam um narcisismo primário que as movia, unia e separava ao mesmo tempo. Sob a égide destas duas personagens centrais do romance fulguram os temas do duplo e da femme fragile que permeiam a atmosfera mítica e simbólica que se cria neste romance que é, senão a maior, uma das maiores e mais perfeitas criações do Bruxo do Cosme Velho.

Palavras-chave: Narcisismo, Femme-Fragile, Duplo, Psicanálise

O ARQUÉTIPO DA FEMME FRAGILE E O NARCISISMO MEGALOMANÍACO EM FLORA E NATIVIDADE DE “ESAÚ E JACO”

“...De um livro de Machado de Assis não se deve dizer apenas que é bom, porque fôra supérfluo; nem dizer que é banal ou ruim, para não negar a luz do sol. Que hei de affirmar então deste último livro, Esaú e Jacob ?” “...A língua já não me ajuda a traduzir meu pensamento sobre a feitura e as idéias do livro; menos ainda as sensações que me produziram no correr das páginas1..”

“...A estatueta de Narciso, no meio do jardim, sorriu a entrada deles2...”

I - Flora
“Ange de poésie, ô vierge blanche et blonde3...”

Na literatura européia do final do século XIX encontra-se com freqüência um tipo de figura feminina caracterizado exteriormente pela suavidade, beleza, alvura, quase transparência. Trata-se de um ser frágil, lânguido, melancólico, doentio, necessitado de repouso e com a força de vontade um tanto paralisada, incapaz para a vida e vindo geralmente a sucumbir a ela: uma figura diáfana, etérea, em relação à qual igualmente não

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