A soma -- cântico hindu
Ó Soma bem moído, expande-te, em nome de Indra, para que a doença se afaste com o seu demónio! Que os seres de dupla linguagem não se inebriem com o teu licor, e que se aproximem os líquidos que trazem consigo as riquezas!
Excita-nos ao combate, ó sumo transparente! Tu és a inteligência dos deuses, a sua embriaguez bem-amada. Bebe o soma, ó Indra, espanca os inimigos que nos afligem, e desbarata aqueles que nos desprezam!
Ó licor invulnerável, clarificado para a grande embriaguez, tu és a alma de Indra, o elixir supremo. Muitos são os zeladores que te seguem gritando; e comungam o rei deste mundo.
Mil são as suas vias, cem as suas correntes do líquido maravilhoso que se clarifica para Indra, esse mel precioso. Derrama-te, vencendo a terra firme, vencendo as águas, e abre-nos o caminho, ó soma generoso!
Apurando nas bacias, deixas-te penetrar pelo leite, e escorres através da peneira de lã. Obtido com vigor como um corcel vitorioso, conflui, ó soma, nas entranhas de Indra.
Clarifica-te para que te tornes benfeitor da geração dos deuses, benfeitor de Inra cujo nome gostamos de invocar, benfeitor de Mitra e Varuna, Vayu e Brihaspati, tu, ó rico de sumo, inacessível à tristeza.
Os dez dedos penteiam o corcel que está na malga, as orações dos sacerdotes são mais sonoras, as gotas embriagantes correm clarificadas para o digno louvor, e penetram em Indra.
Ao seres clarificado lanças sobre nós a força viril, as mais vastas pastagens, o destino poderoso que ao longe se estende! Que nunca a submissão reine entre nós, por ti conquistaremos todas as riquezas!
O touro alcançou o céu, e observa-nos de longe; o poeta fez brilhar as luzes celestes; foi franqueado o filtro do céu pelo rei atroador que vela sobre os homens; e munge-se o seu leite generoso.
Na abóbada celeste os sábios com língua de mel sugam, sem que ele fique exaurido, o touro que domina a montanha, as gotas que se soltam nas águas, no mar, o soma de mel nas ondas do rio, no